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Criança pula em córrego sujeito a alagamentos para ilustrar notícia sobre adaptação climática e racismo ambiental

Entidades ressaltam a importância de políticas públicas para a população negra e periférica no Plano Nacional de Adaptação à Mudança do Clima, entre outras medidas que podem ser tomadas também pelo setor privado para promover adaptação climática e combater o racismo ambiental

Uma campanha inédita reúne mais de 140 entidades da sociedade civil (entre organizações do movimento negro, ambientalistas, de pesquisa, reforma urbana e dos direitos humanos) levando reivindicações concretas ao poder público e ao setor privado para promover adaptação climática e combater o racismo ambiental. O documento que sustenta a iniciativa “Adaptação Antirracista” será entregue ao Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima.

As organizações entendem que a crise climática é também uma crise humanitária que tem impacto direto na vida das populações mais vulneráveis, como as negras, quilombolas e indígenas – e, principalmente, em suas crianças. São esses os grupos que habitam as áreas de risco, localizadas em periferias e favelas, nas baixadas e encostas, convivendo com a iminência de tragédias evitáveis causadas por eventos climático extremos, como os que castigaram cidades nas regiões Norte, Nordeste e Sudeste nos últimos três anos.

Estamos vivendo, no Brasil, os efeitos do aquecimento do planeta e precisamos, urgentemente, de políticas públicas que contenham medidas efetivas de adaptação para responder a esses efeitos extremos sobre a vida das populações das cidades, da floresta e do campo, que levem em conta as desigualdades sociais e territoriais”, diz JP Amaral, gerente de Meio Ambiente e Clima do Instituto Alana. “Temos a responsabilidade de atualizar e tornar efetivo o Plano Nacional de Adaptação, eliminando desigualdades raciais, étnicas, de gênero, geracionais e sociais para assim assegurar, às nossas crianças, no presente, o direito a um futuro.”

Sugestões e políticas

O documento apresenta uma série de sugestões para áreas de risco já mapeadas pelo poder público municipal, como a instalação de sistemas de alerta, sirenes e planos de fuga, que devem ser construídos em conjunto com as pessoas. Reivindica também a criação de políticas nacionais com ênfase na gestão ambiental e territorial, que fortaleçam a agricultura familiar e a titulação de terras quilombolas, além de reforçar a importância da retomada dos mecanismos e espaços de participação, tais como os conselhos, em questões relacionadas ao meio ambiente.

“Se faz necessária a elaboração de um plano de adaptação climática e combate ao racismo ambiental nas cidades, em conjunto com o plano diretor do município, de modo a atender as especificidades de cada território”, diz a carta, que destaca, ainda, a necessidade de participação da iniciativa privada, especialmente na adoção de práticas responsáveis para com a sociedade e o meio ambiente, seguindo também as diretrizes de direitos humanos. Você pode obter mais informações e aderir à mobilização no site da campanha

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