Author: carolina-tarrio

Criança pula em córrego sujeito a alagamentos para ilustrar notícia sobre adaptação climática e racismo ambiental

Entidades ressaltam a importância de políticas públicas para a população negra e periférica no Plano Nacional de Adaptação à Mudança do Clima, entre outras medidas que podem ser tomadas também pelo setor privado para promover adaptação climática e combater o racismo ambiental

Uma campanha inédita reúne mais de 140 entidades da sociedade civil (entre organizações do movimento negro, ambientalistas, de pesquisa, reforma urbana e dos direitos humanos) levando reivindicações concretas ao poder público e ao setor privado para promover adaptação climática e combater o racismo ambiental. O documento que sustenta a iniciativa “Adaptação Antirracista” será entregue ao Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima.

As organizações entendem que a crise climática é também uma crise humanitária que tem impacto direto na vida das populações mais vulneráveis, como as negras, quilombolas e indígenas – e, principalmente, em suas crianças. São esses os grupos que habitam as áreas de risco, localizadas em periferias e favelas, nas baixadas e encostas, convivendo com a iminência de tragédias evitáveis causadas por eventos climático extremos, como os que castigaram cidades nas regiões Norte, Nordeste e Sudeste nos últimos três anos.

Estamos vivendo, no Brasil, os efeitos do aquecimento do planeta e precisamos, urgentemente, de políticas públicas que contenham medidas efetivas de adaptação para responder a esses efeitos extremos sobre a vida das populações das cidades, da floresta e do campo, que levem em conta as desigualdades sociais e territoriais”, diz JP Amaral, gerente de Meio Ambiente e Clima do Instituto Alana. “Temos a responsabilidade de atualizar e tornar efetivo o Plano Nacional de Adaptação, eliminando desigualdades raciais, étnicas, de gênero, geracionais e sociais para assim assegurar, às nossas crianças, no presente, o direito a um futuro.”

Sugestões e políticas

O documento apresenta uma série de sugestões para áreas de risco já mapeadas pelo poder público municipal, como a instalação de sistemas de alerta, sirenes e planos de fuga, que devem ser construídos em conjunto com as pessoas. Reivindica também a criação de políticas nacionais com ênfase na gestão ambiental e territorial, que fortaleçam a agricultura familiar e a titulação de terras quilombolas, além de reforçar a importância da retomada dos mecanismos e espaços de participação, tais como os conselhos, em questões relacionadas ao meio ambiente.

“Se faz necessária a elaboração de um plano de adaptação climática e combate ao racismo ambiental nas cidades, em conjunto com o plano diretor do município, de modo a atender as especificidades de cada território”, diz a carta, que destaca, ainda, a necessidade de participação da iniciativa privada, especialmente na adoção de práticas responsáveis para com a sociedade e o meio ambiente, seguindo também as diretrizes de direitos humanos. Você pode obter mais informações e aderir à mobilização no site da campanha

Fotografia de rio cruzando uma floresta tropical, com os logotipos do INstituto Alana e do prêmio XPrize Rainforest aplicados sobre ela

O XPrize Rainforest | Alana quer mapear a biodiversidade. Na etapa semifinal, em Singapura, 13 equipes vão testar diferentes tecnologias para isso. No final, o prêmio entregará 10 milhões de dólares aos vencedores. Entenda por que é importante para nossa sobrevivência no planeta conhecer a variedade de seres vivos que habitam as florestas tropicais

Quantos tipos de plantas, animais e microrganismos você imagina que existam no planeta? Esse número, até hoje, não foi descoberto! Por enquanto, cientistas conseguiram catalogar cerca de 1,5 milhão de espécies, mas ainda há muito por conhecer. Para colaborar com esse grande desafio da humanidade, a Alana Foundation está patrocinando o prêmio XPrize Rainforest | Alana: uma competição mundial para desenvolver novas tecnologias que ajudem a mapear a biodiversidade das florestas tropicais.

Descobrir e proteger a imensa variedade de plantas, animais e microrganismos que  existem nessas florestas é essencial para a sobrevivência da humanidade. Da preservação dessa biodiversidade e de seus habitats dependem o ar que respiramos, a comida que comemos e os remédios que nos curam, entre muitos outros elementos. Isso, além de milhões de possibilidades que ainda nem descobrimos: é nas florestas que estão respostas para perguntas que ainda nem formulamos!

No valor de 10 milhões de dólares, o prêmio tem duração de 5 anos e incentiva equipes a desenvolverem soluções e tecnologias autônomas para o mapear a biodiversidade das florestas tropicais no mundo. Para vencer a competição, uma equipe precisará pesquisar a maior biodiversidade contida em 100 hectares de floresta tropical em 24 horas e fornecer os conhecimentos mais impactantes em 48 horas. Das 25 equipes inscritas inicialmente, 13 foram selecionadas para as semifinais e vão se encontrar hoje, em Singapura. A proximidade de florestas tropicais aliada aos recursos da cidade será essencial para fazer os primeiros testes das tecnologias, que devem ser expansíveis e acessíveis.

 

Quadro que ilustra os números do XPrize Rainforest, com suas 4 etapas, 9 conselheiros e 9 jurados, 10 milhões de dólares em prêmios e equipes de 18 países competindo

 

As equipes bem-sucedidas nas semifinais passarão a testar suas tecnologias em um local remoto, com menos recursos. O XPrize Rainforest|Alana beneficia não só o Brasil, que possui a maior floresta tropical do mundo, mas também outros 9 países na América Latina, África e Ásia. Mapear a biodiversidade das florestas tropicais é importante para criar mais oportunidades para todos. “Agora é a hora de fazer investimentos ousados ​​na conservação da biodiversidade do nosso planeta e apoiar nossas comunidades indígenas e locais. O prêmio gerará dados e conhecimentos críticos para a preservação de nossas florestas tropicais, sua cultura e pessoas, que são essenciais para estabilizar o clima da Terra”, disse Ana Lúcia Villela, fundadora e presidente da Alana Foundation.

 

Mão de criança segura uma joaninha parasimbolizar a importância da biodiversidade

Hoje é o Dia Internacional da Biodiversidade, uma data criada pela Organização das Nações Unidas (ONU) para nos incentivar a proteger a enorme variedade de animais, plantas, microrganismos, ecossistemas e seres vivos que habitam o mundo. Qual a importância da biodiversidade para o presente e o futuro das crianças? Preservá-la é fundamental para manter o equilíbrio ecológico da Terra e garantir nossa sobrevivência.

Segundo o relatório Living Planet, produzido pelo WWF, o mundo perdeu 69% da vida selvagem nos últimos 40 anos. De acordo com a ONU, hoje, cerca de 25% de todas as espécies animais e vegetais do mundo estão ameaçadas de extinção. Essas constatações são extremamente preocupantes e têm implicações em diversos campos. A natureza é responsável pela polinização, que nos garante alimentos, pela purificação do ar e da água, pela regulação do clima, entre outros. Sem a preservação da biodiversidade, todos esses aspectos são colocados em risco, o que pode gerar graves consequências para a saúde humana e para a economia.

Além disso, a perda de biodiversidade afeta diretamente a cadeia alimentar e a segurança alimentar. A degradação dos ecossistemas e a perda de habitats naturais reduzem a disponibilidade de alimentos e aumentam a vulnerabilidade de comunidades que dependem diretamente da natureza para sobreviver. A perda de espécies e ecossistemas pode levar também à diminuição da produção agrícola, à propagação de doenças e também à perda de empregos em setores tão diversos como o turismo e a pesca. Por isso a importância da biodiversidade para o presente e o futuro das crianças

Como reverter a perda de biodiversidade?

É possível reverter essa perda. Para isso, é necessário implementar políticas de conservação ambiental efetivas, promover práticas sustentáveis e incentivar a restauração de ecossistemas degradados. A criação de áreas protegidas e a regulamentação do uso dos recursos naturais são medidas importantes para a conservação da biodiversidade. Tanto quanto a adoção de práticas agrícolas sustentáveis, como a agroecologia e a agricultura orgânica, para reduzir o impacto da atividade humana sobre a natureza.

Outra estratégia essencial é a restauração de áreas degradadas. A recuperação de ecossistemas pode ser feita por meio do plantio de mudas e da promoção da regeneração natural. Mas para que tudo isso aconteça, precisamos ter clareza sobre a importância da biodiversidade e entender que a natureza não é uma fonte de recursos infinita, que precisamos reduzir nossa pressão. Se quisermos sobreviver, e entregar, no presente, um futuro às nossas crianças.

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