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A imagem mostra um palestrante conversando com um auditório cheio.

O seminário “Educação como Desenvolvimento Local”, realizado no dia 30 de agosto, na USP Leste, reuniu cerca de 200 participantes. Diretores de escolas públicas, professores, alunos, ativistas e representantes de organizações da sociedade civil. Todos focados em mudar a realidade de distritos da Zona Leste de São Paulo através da educação.

“O povo precisa aprender sobre seus próprios assuntos, dialogar com quem é especializado e produzir juntos entendimentos dos seus próprios problemas e formas de enfrentá-los”. Resumiu o professor Elie Ghanem.

Ações prioritárias

Os participantes organizaram-se em grupos de trabalho e levantaram três ações prioritárias por tema. Abaixo algumas delas.

Escolaridade – Difundir informação sobre o direito aos serviços escolares; Unidades de educação profissional do governo federal, voltadas para os distritos mais vulneráveis da zona leste; Programa de construções e reformas escolares, articulado entre os três níveis do governo, prioritariamente para a educação infantil e superior.

Elaboração de políticas públicas – Empoderar as subprefeituras por meio de um maior orçamento e autonomia nas tomadas de decisão locais; Investimento e orçamento público atrelado aos indicadores sociais e estabelecer a obrigatoriedade da construção de indicadores de impacto que evidenciem as mudanças reais proporcionadas pelas ações governamentais; Empoderar os conselhos de políticas públicas como instrumento democrático e de tomada de decisão.

Economia local – Educar para empreender, a fim de assegurar o protagonismo social; Garantir a participação da comunidade nas discussões com o poder público sobre o desenvolvimento local; Estruturar um grupo de trabalho de economia local nos planos de bairro, e gerar um observatório de desenvolvimento econômico e social.

Pesquisa sobre realidade local – Articulação das universidades com as escolas públicas, para a produção de conhecimento; Fortalecimento dos colegiados com a participação da comunidade; Criação de um fórum permanente de estudo do território.

Pessoas com deficiência – Criação de mecanismos nas escolas e em todas as instâncias governamentais, no que tange a formação especializada e o atendimento na perspectiva da educação inclusiva, respeitando a carga horária do professor; Inserir as pessoas com deficiência no mercado de trabalho, por meio de um centro de recursos humanos regional, para preenchimento das cotas estabelecidas pela legislação brasileira; Criação de um centro de atendimento que ofereça capacitação profissional à pessoa com deficiência; Munir as secretarias com informações sobre o número de crianças com necessidades especiais, para a ampliação dos serviços de apoio na rede pública de saúde.

Convivência escolar – Criação de grupos de trabalho dentro das unidades escolares, para pensar na questão do convívio e estimular o protagonismo juvenil; Fortalecer a relação escola-família e criar estratégias para fortalecer esse vínculo; Criar uma rede de proteção às crianças e adolescentes.

Todas as propostas levantadas nos grupos de trabalhos circularão entre os participantes e serão encaminhadas, em um gesto de diálogo, ao poder público.

O desejo é que grupos continuem trabalhando e envolvam mais pessoas no processo de educação como desenvolvimento local.

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