Estudar em ambientes que valorizam a diversidade promove efeitos benéficos para pessoas sem deficiência. A afirmação está de acordo com a pesquisa “Os benefícios da educação inclusiva para estudantes com e sem deficiência”.
O estudo foi lançado pelo Instituto Alana e pela ABT Associates, em 3 de dezembro de 2016, tendo a coordenação de Thomas Hehir, professor da Universidade de Harvard. A data coincide com o Dia Internacional da Pessoa com Deficiência, instituído pela ONU.
A análise é inédita e reúne mais de 89 estudos, de um levantamento de 280 artigos, publicados em 25 países. Ela mostra que pessoas sem deficiência que estudam em salas de aula inclusivas têm opiniões menos preconceituosas. Além disso, são mais receptivas às diferenças.
Entre as crianças com síndrome de Down, há evidências de que a quantidade de tempo passado com os colegas sem deficiência está associada a benefícios acadêmicos e sociais. Por exemplo, com melhor memória e melhores habilidades de linguagem e alfabetização.
O convívio com a diversidade traz reflexos que são percebidos também na idade adulta. Ou seja, alunos com deficiência que foram incluídos são mais propensos a fazer um curso superior, pertencer a um grupo de amizades e encontrar um emprego. Ao mesmo tempo, apresentam maiores chances de viver de forma independente.
Um grande número de pesquisas mostrou que esse grupo desenvolve habilidades mais fortes em leitura e matemática e têm maiores taxas de presença. Além disso, são menos propensos a ter problemas comportamentais e estão mais aptos a completar o ensino médio comparado com estudantes que não são incluídos.
“Apesar dessas informações, a realidade é que ainda há crianças com deficiências intelectuais, físicas, sensoriais e de aprendizagem. Elas enfrentam desafios no acesso à educação de qualidade, mesmo em países onde as leis garantem os direitos educacionais, como o Brasil.” Quem afirma é o membro do Grupo de Trabalho de inclusão do Instituto Alana, Gabriel Limaverde.
Gabriel reforça que a inclusão efetiva de um estudante exige que os educadores desenvolvam capacidades de apoio às necessidades individuais das crianças e jovens.
O resultado dessa pesquisa é uma mensagem clara de que a educação inclusiva deve ser norma e é benéfica para todos os estudantes.
Toda criança tem direito a frequentar uma escola regular. Negar esse direito a qualquer uma delas, por qualquer motivo – inclusive por ela ter algum tipo de deficiência – é crime e precisa ser combatido
O Instituto Alana, por meio dos projetos Prioridade Absoluta e Outro Olhar, participou do lançamento da campanha #EscolaParaTodos, do Movimento Down (MD), e da cartilha “Educação Inclusiva: O que os pais precisam saber”, na última sexta-feira, 28 de novembro. O evento foi realizado durante o fórum “A Educação inclusiva nos últimos 25 anos”, na Ordem dos Advogados do Brasil – Seção do Estado do Rio de Janeiro (OAB/RJ).
A cartilha possui informações sobre os direitos da criança com deficiência à educação, o que é escola inclusiva e o que fazer caso a escola se recuse a aceitar a matrícula de um aluno por causa de sua deficiência. Ela foi feita em parceria com a Comissão de Defesa dos Direitos da Pessoa com Deficiência da OAB-RJ, o Instituto Alana, o Coletivo de Advogados do Rio de Janeiro (CDA-RJ) e a Secretaria de Desenvolvimento Humano da Presidência da República (SDH).
Acesse a cartilha e saiba mais sobre esse direito aqui.