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Capa do livro "Território do Brincar, diálogo com escolas" com um menino brincando com um carrinho de rolimã

Uma linda celebração tomou conta do espaço Itaú Cultural no último 5 de agosto. Mais de 500 pessoas, entre educadores, formadores, representantes do poder público, artistas e organizações da sociedade civil, se reuniram para prestigiar o lançamento do material “Território do Brincar: diálogo com as escolas”. A iniciativa é um desdobramento do Projeto Território do Brincar, um trabalho de pesquisa, documentação e sensibilização sobre a cultura da infância, coordenado pela educadora Renata Meirelles e pelo documentarista David Reeks, e correalizado pelo Instituto Alana.

Antes de partirem para uma viagem de 2 anos, em que entrariam em contato com diferentes infâncias brasileiras, Renata e David convidaram diversas escolas brasileiras a embarcarem junto com eles. A ideia era construir um diálogo sobre a infância a partir do que seria encontrado em campo. Seis escolas toparam o desafio; foram elas: CEI Alana, Escola Vera Cruz, Colégio Sidarta, Escola Casa Amarela, Escola Viverde e Colégio Oswald de Andrade.

Durante os dois anos de estrada, Renata e David realizaram encontros mensais com os educadores dessas escolas, a fim de relatar e refletir sobre o que as crianças das comunidades por quais passavam tinham a nos dizer e como essas manifestações poderiam ecoar na realidade escolar. Deste processo nasceu o material “Território do Brincar: diálogo com escolas”. Composta por um livro e dois DVDs, a produção busca despertar um olhar atento e sensível para a infância e sua linguagem mais potente: o brincar.

Durante o evento de lançamento, os presentes puderam assistir ao documentário que relata a parceria do projeto com essas seis escolas e também tiveram a oportunidade de conversar e tirar dúvidas com os representantes de cada escola.

Para assistir o evento de lançamento clique aqui.  Para fazer download gratuito do livro “Território do Brincar: diálogo com escolas” clique aqui.

Veja fotos do lançamento:

Veja também:
Território do Brincar mostra nova perspectiva da infância

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Duas crianças sentadas em bolas de ar azul, brincando no meio da cidade.

Em julho foi lançada a pesquisa Irbem Criança e Adolescente, realizada pela Rede Nossa São Paulo, com parceria do Ibope Inteligência e apoio do Instituto Alana (Prioridade Absoluta) e do Instituto C&A. Os dados mostram a percepção que pessoas entre 10 e 17 anos tem da cidade de São Paulo. Entre os resultados que preocupam, como da segurança (atributo que obteve menor índice de satisfação 5,1) e do consumo (59% das crianças ficam insatisfeitas quando não compram ou ganham um produto anunciado) foi possível perceber que ‘existe amor em SP’. Ao cruzar os dados ficou evidente que as crianças e adolescentes que brincam coletivamente, na rua, na praça, em parques têm uma relação melhor com seus vizinhos, com o bairro e uma satisfação maior em relação à cidade.

As crianças e adolescentes que fora do horário escolar realizam apenas tarefas ou brincadeiras individuais, como ajudar nos serviços domésticos, assistir TV, dormir durante o dia, ficar no computador, etc., tendem a ser menos satisfeitos com a qualidade de vida na cidade de São Paulo. Este grupo, formado principalmente por meninas (72%) e adolescentes entre 15 e 17 anos (59%), se diz “pouco satisfeito” em relação à cidade e considera o bairro “apenas um lugar para se morar”.

Já aqueles que empinam pipa, jogam bola, andam de bicicleta, ficam na rua, fazem passeios culturais, etc., se sentem parte de uma comunidade em relação ao bairro que moram (58%). Na avaliação da satisfação geral da qualidade de vida em São Paulo a média da nota (de 1 a 10) do grupo foi de 7,4, enquanto que no grupo de atividades individuais o número caiu para 6,6.

Entre as crianças, de 10 a 11 anos, 30% realizam atividades coletivas perante 10% que praticam individualmente. Das crianças que participaram da entrevista, 55% afirmam que brincar é a principal ocupação quando não está na escola, seguido de assistir TV (22%) e jogar bola (21%). As atividades praticadas nos parques, na rua ou em qualquer lugar fora de casa aparecem na pesquisa como variáveis importantes na relação das crianças e adolescentes com a cidade e no relacionamento com as outras pessoas. Vivenciar a rua no momento de lazer e tempo livre ajuda a construir uma percepção mais humana do bairro, da cidade e de seus moradores.

Foto: Via Flickr Brian Talbot

 

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Imagem feita de baixo mostra sombra de uma criança em cima de um brinquedo.

O Instituto Alana passou a integrar o Centro de Referências em Educação Integral, uma iniciativa da Associação Cidade Escola Aprendiz que, em parceria com outras organizações da sociedade civil, busca pesquisar e sistematizar caminhos possíveis para fortalecer a educação integral como agenda prioritária no país.

Com apoio do Ministério da Educação, da União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação (Undime) e da Organização das Nações Unidas para a Educação e Cultura (Unesco), a proposta é contribuir para a formulação, implementação e aprimoramento de políticas públicas de educação integral a partir de ações de mobilização, formação e articulação de agentes estratégicos para o tema.

A iniciativa tem como pressuposto a ideia de que para educar uma criança de forma plena, é necessário olhar para seu desenvolvimento integral – cognitivo, emocional, corporal, cultural e social – e ampliar suas possibilidades formativas através dos diversos atores, espaços e tempos disponíveis no território. A Educação Integral defende que todos – escola, família, comunidade, organizações sociais e culturais, e a própria cidade – são educadores e aprendizes de um mesmo processo colaborativo de aprendizagem e que a própria vida é, por si, uma grande, permanente e fluída escola.

Nesta nova parceria que se inicia o Alana, juntamente com outras organizações não governamentais, contribuirá para a discussão e avanço da temática no Brasil. Para Ana Claudia Leite, coordenadora de Educação e Cultura da Infância do Instituto Alana, o Centro de Referências é uma oportunidade para potencializarmos as transformações da educação brasileira. “A iniciativa reúne várias pessoas e instituições em prol de uma concepção de educação mais ampla, que reconhece a importância da educação dialogar com o território e com as reais necessidades das crianças”, ressalta.

Além do Alana, passaram a integrar a iniciativa o Instituto Rodrigo Mendes e o Instituto C&A. Para saber mais sobre o Centro de Referências em Educação Integral, clique aqui.

Foto: Ajith Kumar via Flickr

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