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Imagem de um adulto e um menino com bexigas amarelas e rosas na mão. Os dois estão de costas andando por um corredor.

Dirigido por Renata Meirelles e Sandra Eckschmidt, documentário “Miradas” registra gestos e paisagens do brincar de diferentes grupos infantis

Antes de tudo, brincar é a expressão viva da criança em contato com o mundo. Nesse sentido, um olhar cuidadoso para esses gestos pode revelar muitas narrativas. Sabendo disso, oito pesquisadores observaram o brincar livre de algumas crianças e registraram essa experiência no filme “Miradas”.

O material foi lançado, em junho de 2019, pelo programa Território do Brincar, iniciativa do Instituto Alana.

O que o brincar livre e espontâneo das crianças nos revela? Como observá-lo de forma viva? 

Dirigido por Renata Meirelles e Sandra Eckschmidt, o documentário conta como foi o processo de adentrar as paisagens do brincar. Diferentes grupos infantis são observados por meio da fenomenologia de Goethe. Esse processo consiste em quatro passos com referência aos fenômenos da natureza (terra, água, ar e fogo), e tem como premissa a apreensão do olhar para as essências e sutilezas. 

Ao mesmo tempo em que intensifica a percepção sensorial, o processo também se caracteriza como uma possibilidade de autodesenvolvimento para o pesquisador/educador. Isso acontece na medida em que o observador constrói um processo de conscientização e elaboração reflexiva.

Em vez de descrever ações concretas, a atenção se volta para pernas, sorrisos e emoções das crianças. Ou seja, sem julgamentos ou conceitos pré definidos, mas com intenção.  

Miradas, um filme para desaprender a olhar

“Parece que temos de desaprender tanta coisa para se colocar no lugar desse olhar cuidadoso e detalhado. E as crianças fazem isso naturalmente”, afirma a educadora  Elisa Hornett, que realizou sua pesquisa de observação na Unidade de Educação Infantil do Colégio Viver (SP).

Documentário “Miradas”

Direção: Renata Meirelles e Sandra Eckschmidt

Duração: 31 min

Ano: 2019

Pesquisadores: Beatriz Olival, Elisa Hornett, Gabriel Limaverde, Lia Mattos, Reinaldo Nascimento, Renata Meirelles, Sandra Eckschmidt e Soraia Chung Saura

O evento de lançamento aconteceu no Itaú Cultural, em São Paulo, e contou com a participação dos pesquisadores que relataram um pouco de suas trajetórias no processo de pesquisa.

Por fim, os participantes também experimentaram o primeiro passo – o terra – com um exercício de observação fenomenológica realizado a partir de uma foto de uma garota brincando com uma bacia de alumínio.  

Oficina de pipas no Seminário Criança e Natureza.
Evento de lançamento do filme "Miradas" no Itaú Cultural. Foto: Heloisa Fantini
Evento de lançamento do filme "Miradas" no Itaú Cultural. Foto: Heloisa Fantini
Evento de lançamento do filme "Miradas" no Itaú Cultural. Foto: Heloisa Fantini
Evento de lançamento do filme "Miradas" no Itaú Cultural. Foto: Heloisa Fantini
Evento de lançamento do filme "Miradas" no Itaú Cultural. Foto: Heloisa Fantini
Evento de lançamento do filme "Miradas" no Itaú Cultural. Foto: Heloisa Fantini
Evento de lançamento do filme "Miradas" no Itaú Cultural. Foto: Heloisa Fantini

 

O filme está disponível para exibição on-line na plataforma VIDEOCAMP, com opções de audiodescrição, legendas ocultas e tradução em Libras. O processo cuidadoso de observação pode ser conferido no material de apoio ao filme, que relata as nuances de olhar dos pesquisadores.

“Miradas” é uma descoberta e também um exercício de olhar para a infância com todos os olhos do corpo.

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Foto mostra mão de criança com três folhas: uma vermelha, uma verde e uma amarela

É consenso que o momento atual exige a busca coletiva por soluções aos problemas enfrentados no Brasil. Dentre os desafios,  educação é uma das ferramentas fundamentais para transformar a sociedade. Para discutir os desafios da educação brasileira e uma agenda positiva e propositiva nos dias 18 e 19 de maio, o Instituto Alana, representado pela coordenadora de educação Raquel Franzim, participou da 4ª edição do Brazil Forum UK, na Inglaterra.

O evento, organizado por estudantes da  London School of Economic and Political Science e estudantes da Universidade de Oxford foi marcado pela pluralidade, e trouxe painelistas com diferentes visões de mundo. A abertura ficou por conta do ministro do Supremo Tribunal Federal, Luís Roberto Barroso, que destacou três principais desafios e agendas para que o Brasil possa continuar avançando: a inclusão social; o fim das práticas não republicanas no sistema político; e a violência que assola 63 mil vidas por ano. E destacou que entre todos os pactos um que precisa continuar avançando é o pacto pela educação básica, e o país não pode desviar-se de suas reais necessidades: que é fazer com que todos aprendam e tenham oportunidades.

O Alana participou da mesa ‘Desafios da educação no Brasil’, na Blavatnik School of Government da Universidade de Oxford, e trouxe para a discussão a importância de reconhecer as pessoas que estão fazendo educação no Brasil acontecer e a necessidade da escola brasileira atual ser pensada no seu cotidiano e em políticas públicas para que essas diferenças sejam consideradas e valorizadas.

Participaram dessa conversa também o ex-ministro da educação e senador do Ceará Cid Gomes, que falou sobre a importância de políticas públicas que identifiquem os principais obstáculos que impede que todos possam aprender; Maria Helena Castro, do Conselho Nacional de Educação,  que chamou a atenção dos presentes para o desafio de formar professores e do momento importante de discutir o FUNDEB (Fundo de Manutenção e desenvolvimento da educação básica); e Débora Garfalo, professora do Ensino fundamental e finalista do Global Teacher Prize, que contou sua experiência de reaproveitamento de lixo da comunidade com a criação de protótipos. Para assistir ao debate na íntegra, clique aqui.

Foto: Unsplash

 

Mesa 'Desafios da educação no Brasil' com participação de Raquel Franzim
Discurso de abertura feito pelo Ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal.
Painel discutiu impacto das fake news no cotidiano do brasileiro e como solucionar esse problema.

 

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Desenho urbano de um menino com um pássaro em seu braço.

Antes de pronunciarmos as primeiras palavras, nos expressamos pelo sorriso, pelo choro, olhares e gestos. Na infância, o tempo é o das descobertas que nos conectam com o mundo. Entre os diferentes trilhos que podemos percorrer, a cultura estará sempre presente, mediando nossas elaborações sobre a realidade.

A música é um desses “trens” que nos levam de um mundo para outro. Seja nas cantigas, pelas batidas ou letras que nos revelam outras realidades, a música tem o poder de nos guiar para outros tempos e espaços. Assim como o cinema, que nos transporta e nos aproxima de diferentes mundos, nos apresenta debates, dilemas e soluções com um poder de transformação que só as artes conseguem alcançar com tamanha maestria.

A música que nos toca intimamente, que dificilmente conseguimos descrever, nos alimenta – assim como todas as artes. A Ciranda de Filmes é um desses momentos de “nutrição cultural”, de (re)conhecer por meio não apenas do cinema, mas dos debates e das oficinas, aquilo que nos diz respeito: a cultura também como alimento da alma.

O Alana, preocupado e atuante a partir da perspectiva de uma cultura das infâncias – que acredita em crianças como criadoras e protagonistas de formas singulares de participar do mundo -, celebra mais uma Ciranda, que coloca na prática fundamentos tão importantes. Mais do que nunca, apoiar mostras como a Ciranda de Filmes se faz necessário. Garantir espaços que valorizam e disseminam cultura é fundamental para a formação da nossa humanidade. A cultura sensibiliza, mobiliza e transforma.

Ciranda de Filmes – Música, linguagem da vida
23 a 26 de maio – Espaço Itaú de Cinema Augusta (São Paulo/ SP)

Foto: Unsplash

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