No Dia do Professor, Instituto Alana lança pesquisa sobre a percepção dos brasileiros em relação à inclusão nas escolas
Aproximadamente nove em cada dez brasileiros acreditam que as escolas se tornam melhores ao incluir crianças com deficiência. Isso é o que revela o levantamento inédito do Datafolha, encomendado pelo Instituto Alana.
O material “O que a população brasileira pensa sobre educação inclusiva” foi lançado em 15 de outubro de 2019 (Dia do Professor). Ele reúne as percepções de pessoas de todo o país em relação ao tema.
De acordo com a pesquisa, os brasileiros tendem a ter opiniões favoráveis à inclusão de crianças com deficiência na escola regular. O levantamento ouviu mais de 2.074 pessoas acima de 16 anos, em 130 municípios. As entrevistas ocorreram entre os dias 10 e 15 de julho de 2019.
A margem de erro máxima é de cinco pontos percentuais, para mais ou para menos. Ainda assim, o nível de confiança é de 95%. O Datafolha apresentou aos entrevistados frases sobre educação inclusiva para que respondessem se concordam ou discordam de cada uma delas.
O estudo investigou opiniões frente a temas como a inclusão de crianças com deficiência na escola, formação e interesse dos docentes na temática. Do mesmo modo, foram explorados aspectos como o preconceito que pessoas com deficiência sofrem na escola, entre outros.
Para 86%, as escolas se tornam melhores com a educação inclusiva. Além disso, 76% acreditam que as crianças com deficiência aprendem mais estudando junto com crianças sem deficiência.
“A pesquisa indica o apoio da sociedade brasileira para a educação inclusiva. Não há como retornar ao modelo em que pessoas com deficiência ocupavam espaços e escolas separadas. A população compreende que, na escola comum, a diversidade é uma grande oportunidade para todos aprenderem mais”, afirma a coordenadora da área de educação do Instituto Alana, Raquel Franzim.
Esse levantamento nacional também buscou revelar a presença de indivíduos com deficiência no domicílio, na escola e no trabalho dos entrevistados. Nesse sentido, foi possível analisar as influências da convivência com pessoas com deficiência nas percepções da população. O recorte mostrou, por exemplo, que aqueles que convivem com pessoas com deficiência têm uma atitude ainda mais receptiva.
>> Acesse a versão em inglês do relatório sobre educação inclusiva.
>> Confira as versões reduzidas e acessíveis da pesquisa nos links abaixo:
Resumo do relatório sobre educação inclusiva
Resumo do relatório em formato folder
Após cortar o cordão umbilical entre um bebê e uma mãe, o que resta? “A construção de um cordão imaginário essencial na vida de qualquer criança e adolescente saudável.” Esta é a resposta da coordenadora de Educação do Instituto Alana, Raquel Franzim. E esse cordão se chama vínculo.
Durante a vida, essa relação estável, segura e acolhedora, passa a ser construída não apenas com a mãe, mas com outros adultos de referência. E são elas que, mesmo invisíveis, seguem ajudando a difícil tarefa de crescer, conviver, aprender e ser.
Falar em vínculo é falar sobre a potência das relações entre adultos e crianças. É por isso que, neste Dia das Crianças, queremos propor um olhar para essa relação como sendo o melhor presente que se pode dar. Na realidade, se trata muito mais de uma troca fundamental para o mundo que queremos construir.
Mesmo invisíveis, os vínculos seguem ajudando a difícil tarefa de crescer, conviver, aprender e ser.
As crianças têm necessidades básicas para crescer e se desenvolver, como se alimentar, habitar um lugar seguro, brincar e aprender. Mas como destaca Raquel, a construção deste cordão de afeto é a necessidade mais urgente.
“No momento presente, ele garante segurança e para o futuro, é o vínculo estável e sadio com o outro, o único elemento capaz de frear a violência contra si, contra o outro e contra o meio ambiente”, afirma.
O vínculo é a relação, mas não qualquer uma. É aquela que tem uma camada de reconhecimento do outro, de atenção, bem como de confiança.
“É um fio transparente que começa mais curtinho na infância e vai esticando ao longo da vida. Ele faz com que sejamos capazes de alçar longos vôos, sempre sabendo para onde voltar”, descreve a diretora-executiva do Instituto Alana, Carolina Pasquali.
Um vínculo estável se faz cotidianamente em uma relação de confiança. Aos adultos, não significa estabelecer um vínculo perfeito, mas estar atentos afetivamente às crianças. Este ato contempla a existência inteira dela.
No dia a dia, é o processo de enxergar, conhecer seus medos, ouvir suas perguntas, apoiar suas curiosidades e anseios. E este presente ela levará consigo para sempre.
“Não há presente, tecnologia ou qualquer outro artefato que substitua a presença. O afeto e o vínculo de uma relação humana, especialmente quando falamos de desenvolvimento infantil. Criança precisa de gente: de sua família, comunidade e de outras crianças. E todos nós precisamos mais de Humanidade.” (Pedro Hartung, coordenador dos programas Prioridade Absoluta e Criança e Consumo)
No Dia das Crianças ou em qualquer outro, não há presente melhor do que esse momento em que o adulto se abre para uma atenção afetiva e consegue escutar, partilhar com as crianças, e se encantar com o cotidiano por meio do olhar inusitado que elas têm.
Para a coordenadora do programa Criança e Natureza, o vínculo afetivo entre o adulto e a criança é importante para desenvolver relações carinhosas, otimistas e de confiança com a vida. “Cada criança criada em um ninho de amor, se torna uma criança e um adulto solidário e empático, e que contribui para uma sociedade mais humana e fraterna”, diz Lais.
Nesse sentido, ir à escola, observar as nuvens, ler e conversar no jantar podem se transformar em grandes presentes. Ou seja, o afeto atravessa atividades cotidianas. Portanto, o vínculo pode se tornar especial e ser uma oportunidade de estar junto e se relacionar, fortalecendo este presente indispensável.