Qual foi a última vez que você brincou de peteca? E de pular corda, bolinha de gude ou amarelinha? As brincadeiras desfrutadas na juventude dos nossos pais, mães e avós se modificam com o passar dos anos. E a relação das crianças com a cidade também vem se transformando.
O brincar tem como principal ingrediente a imaginação. O livre brincar permite à criança inventar suas próprias regras, criar palavras, jogos e narrativas. Na praça, no parque ou no pátio da escola ela pode explorar as diversas possibilidades dos espaços, de interação com os colegas e de descoberta de seu próprio corpo.
No dia 19 de outubro, mês da criança, pessoas de todas as idades se reuniram na praça Rotary, no centro de São Paulo, para relembrar ou conhecer brincadeiras tradicionais com o Território do Brincar, programa do Instituto Alana. Além disso, as crianças também puderam participar da Feira de Trocas de Brinquedos, iniciativa do Criança e Consumo, também do Instituto. Essas e outras atividades gratuitas fizeram parte do Festival Pé de Letras, um evento realizado pelo Sesc Consolação em parceria com a Biblioteca Monteiro Lobato.
Ao longo do festival, que valoriza histórias, palavras e livros, pais e mães brincaram com os filhos de pular corda, bambolê e peteca trazendo à tona as memórias da infância. O mais divertido é que outras versões de brincadeiras foram inventadas, ali na hora, pelos pequenos.
Na Feira de Trocas, o usado virou novidade e o consumo deu lugar ao verbo compartilhar. A atividade estimulou a sustentabilidade e a socialização entre as crianças. Mesmo aquelas que não trouxeram algo para trocar participaram da feira brincando. Em troca de um desenho feito na hora, também puderam levar para casa um brinquedo sem dono, ressignificando o valor dos objetos e das relações de consumo.
O dia foi marcado pela experimentação de diversas formas de brincar. Em um tempo em que vivemos o “emparedamento” da infância, as atividades mostraram que os espaços públicos e ao ar livre da cidade também pertencem às crianças.
Fotos: Safira Teodoro.
Em comemoração aos 30 anos da Convenção sobre os Direitos da Criança (CDC), o UNICEF abre uma exposição no Congresso Nacional, no dia 30 de outubro, com o apoio do Instituto Alana, da Frente Parlamentar Mista da Primeira Infância e da Frente Parlamentar de Proteção e Defesa dos Direitos da Criança e do Adolescente. Localizada no corredor de acesso ao Plenário da Câmara dos Deputados, a exposição apresenta a história dos direitos de crianças e adolescentes até a aprovação da Convenção e apresenta depoimentos de meninos e meninas que lutam por seus direitos no Brasil e no mundo.
Reconhecida como o tratado de direitos humanos mais aceito no planeta, a Convenção foi ratificada por 196 países, promovendo a proteção da criança e do adolescente em cada um dos Estados assinantes. Ao longo dos 100 metros de exposição o espectador é convocado a reviver eventos históricos dos direitos de crianças e adolescentes e da elaboração da Convenção, se familiarizar com os princípios que a regem e entender como a CDC vem impactando a vida de meninos e meninas.
No final, a exposição – com o intuito de mobilizar senadores, deputados e a cidadãos a enxergar seu compromisso com a garantia dos direitos à infância brasileira – deixa uma pergunta ao público: “e você, o que vai fazer pelos direitos das crianças e dos adolescentes?”.
O Instituto Alana participou da cerimônia de relançamento da Frente Parlamentar Mista de Promoção e Defesa dos Direitos da Criança e do Adolescente, realizada no Salão Nobre da Câmara dos Deputados, no dia 23 de outubro.
Unindo deputados e senadores em uma composição suprapartidária, a frente tem como missão garantir a proteção e o aprimoramento dos direitos das crianças e dos adolescentes. Fundada em 1987, hoje a frente é reinstalada a fim de seguir fortalecendo uma agenda no Parlamento voltada a assegurar os direitos e o melhor interesse da infância brasileira.
Assim como afirma o Artigo 227 da Constituição Federal de 1988, os direitos de crianças e adolescentes devem ser assegurados com absoluta prioridade, sendo este um dever compartilhado entre famílias, sociedade e Estado. O Instituto Alana segue desenvolvendo ações junto ao poder público, assim como informando e mobilizando pessoas, organizações e empresas para garantir a efetividade e a visibilidade deste dever constitucional.