Atualmente, é possível notar em diversas cidades brasileiras a desigualdade de acesso à natureza. Por isso, quando se pensa na relação entre criança e meio ambiente, é preciso considerar os múltiplos fatores que aproximam e distanciam, e entender que esse contato pode se estabelecer de diferentes maneiras.
Para ampliar o diálogo sobre esse cenário, o programa Criança e Natureza, do Instituto Alana, em parceria com o Sesc realizaram o “Seminário Infâncias e Naturezas, um olhar para a diversidade social e ambiental”, nos dias 10 e 11 de junho, no Departamento Nacional do Sesc, no Rio de Janeiro. O encontro reuniu especialistas e educadores de todo o Brasil para instigar diálogos sobre a necessidade de maior interação das crianças com a natureza.
Pela primeira vez o seminário abriu espaço para apresentação de trabalhos, pesquisas e experiências que colocaram na prática o que foi discutido no seminário, além disso, também foram abordados temas como: as múltiplas infâncias; segurança no espaço público; a importância da experiência e a conexão da natureza e o cuidado com a terra” e também, ao longo dos dois dias de programação houve diversas oficinas para os participantes, como pipas, construção de bichinhos em madeira, produção de tintas à base de terra e pintura, confecção de comedouros artesanais para observação de aves, entre outras.
Entre os dias 26 e 31 de maio, o Espaço Alana participou da 10ª Semana Mundial do Brincar – movimento criado para celebrar o brincar livre como um meio que incentiva o desenvolvimento das crianças e as permite vivenciar sua criatividade e imaginação.
O tema deste ano, “O Brincar que Abraça a Diferença”, foi um convite para pensar sobre a diversidade: de culturas, de povos, de costumes e de corpos e almas. E possibilitou múltiplas reflexões sobre a brincadeira como território de convívio entre essas diferenças.
A programação no Jardim Pantanal contou com show da Banda Alana, oficina percussiva interativa, circuito sensorial com elementos da natureza, contação de história indígena, oficina de Abayomi, roda de capoeira inclusiva e diversas brincadeiras – escolhidas por meio de um processo de escuta com a participação das maiores interessadas no tema: as crianças!
Há quatro anos o Espaço Alana também integra a mobilização do “Painel Infância e Ludicidade”, para levar a pauta da importância do brincar aos educadores da região. Nesta edição, recebeu Letícia Zero (da Aliança pela Infância) para uma conversa sobre o tempo da infância em suas questões mais essenciais – aprender, brincar, comer e dormir, Guacyara Labonia (coordenadora da Mais Diferenças) com a oficina “O brincar e a literatura – a mediação de um espaço para todos” e uma vivência artística com a equipe multidisciplinar do Instituto Olga Kos de Inclusão Cultural.
A Semana Mundial do Brincar é uma iniciativa da Aliança pela Infância e a cada ano reúne diferentes atores, como mães e pais, educadores, instituições e coletivos, que juntos fortalecem o desejo de proporcionar às crianças condições para que vivam sua infância de forma plena e saudável.
A criatividade é crucial para que crianças, jovens e adultos desenvolvam maneiras de encarar a realidade e solucionar problemas. Por isso, ela está entre as dez competências gerais da educação básica proposta pela Base Nacional Comum Curricular (BNCC).
O programa Escolas Transformadoras, co-realizado no Brasil pela Ashoka e pelo Instituto Alana, lançou o livro digital “Criatividade – mudar a educação, transformar o mundo”, no dia 06 de junho. O e-book já está disponível para download gratuito no site do programa, acesse o link.
Escrita por muitas mãos, a publicação contou com a colaboração de estudantes, professores, gestores de escola, pesquisadores e profissionais de terceiro setor para construir sua narrativa. Cada capítulo traz reflexões de 43 autores e autoras sobre criatividade, que assinam os 16 textos da publicação.
A pluralidade é uma das marcas registradas do livro, que retrata experiências ocorridas nas cinco regiões do país, representadas em cidades de 11 estados brasileiros: Manaus (AM); São Miguel das Matas (BA); Fortaleza (CE); Distrito Federal (DF); Cidade de Goiás (GO); Belo Horizonte (MG); Bananeiras (PB); Glória de Goitá (PE); Jacarezinho (PR); Porto Alegre e Viamão (RS); e São Paulo, Cotia e Campinas (SP). Além disso, a publicação também traz uma experiência internacional ocorrida em Portland, nos Estados Unidos.
Para marcar o lançamento, o Escolas Transformadoras, em parceria com o CIEJA Campo Limpo, realizou um debate sobre a publicação com participação de Diego Elias, diretor do CIEJA Campo Limpo, e Priscila Dias, professora das redes municipal e estadual de São Paulo e historiadora (ambos são autores de artigos da publicação). A atividade fez parte da Semana de Ação Mundial, cuja programação foi dedicada ao monitoramento da implementação do Plano Nacional de Educação (PNE). O debate aconteceu ao vivo, e foi transmitido pelas redes do programa. (Clique aqui para assistir).